Policiais penais que foram alvo de um relatório sobre atuação de movimentos antifascistas elaborado pela Seopi (Secretaria de Operações Integradas) durante a gestão André Mendonça no Ministério da Justiça decidiram processar o Estado brasileiro por espionagem, afirmou Abdael Ambruster, do movimento Policiais Antifascismo.
A intenção é entrar com a ação já na próxima semana. Integrantes do movimento estiveram entre os 579 professores e policiais identificados como antifascistas em relatório produzido pela Seopi em junho de 2020. O então diretor de Inteligência da Secretaria, coronel Gilson Libório de Oliveira Mendes, foi demitido por Mendonça em agosto. O documento tinha nomes e, em alguns casos, fotografias e endereços de redes sociais das pessoas monitoradas.
Ao Painel, Ambruster, coordenador nacional de Segurança Pública do PT, diz só ter conseguido obter o relatório na semana passada, quase cinco anos depois, e via Lei de Acesso à Informação. “Essa é a pior ação de um Estado contra o cidadão após a abertura democrática do nosso país, ainda mais quando se fala de monitoramento contra policiais”, argumenta.
Ele também afirma que a ideia do governo de Bolsonaro seria colocar esses policiais em uma espécie de campo de concentração, em referência a uma mensagem em grupo de WhatsApp divulgada em relatório da Polícia Federal sobre a suposta trama golpista de 2022.
O policial penal diz que a ação busca dar uma resposta às perseguições sofridas por integrantes do movimento durante o governo Jair Bolsonaro (PL). “Eu sou agente penitenciário aqui em São Paulo. Mas cada um foi sofrendo um revés. Teve gente nossa que foi perseguida nos estados, não conseguiu promoção. Teve a espionagem. Depois disso, ninguém mais quis saber o que houve, o que aconteceu com esses policiais, como eles iriam ficar”, afirma.
Ambruster afirma que o grupo não tem medo de comprar briga com Mendonça, que foi indicado por Bolsonaro a uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). “A gente vai querer essa briga, mostrar que tem uma pessoa no STF que fez a espionagem”, diz. “A gente precisa fazer justiça aí por quem foi perseguido.”
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