terça-feira , 17 junho 2025
| Cidade Manchete
Lar Últimas Por que surgiu a desconfiança de que a milionária tcheca era espiã?
Últimas

Por que surgiu a desconfiança de que a milionária tcheca era espiã?


O desaparecimento da milionária tcheca Dana Edita Fisherova de Teffé, aos 40 anos, em 29 de junho de 1961, permanece como um dos grandes mistérios não resolvidos do Brasil. A última pessoa a ser vista em sua companhia foi o advogado Leopoldo Heitor de Andrade Mendes, responsável pela administração de seus bens após a separação amigável do diplomata Manuel Antônio de Teffé. Por essa razão, Leopoldo tornou-se o primeiro suspeito investigado pela Polícia Civil.

Em sua terceira e última versão apresentada às autoridades, o caso assumiu contornos de conspiração internacional: Dana teria sido sequestrada durante o trajeto entre o Rio de Janeiro e São Paulo, na Rodovia Presidente Dutra, aproximadamente na metade do percurso. Segundo Leopoldo, os sequestradores falavam um idioma que ele não compreendia, alimentando a hipótese de que Dana pudesse ser uma espiã da Guerra Fria. Essa narrativa, somada a outros elementos, fortaleceu a suspeita de que a milionária integrava uma rede de espionagem internacional.

Veja outros fatores que sustentaram essa versão:

  • Origem e desaparecimento da família durante o nazismo

Dana nasceu em 1921, na então Tchecoslováquia, em uma família judia. Durante a ocupação nazista, seus pais foram levados para um campo de concentração, e os registros sobre como ela sobreviveu são imprecisos. Esse passado sombrio e envolto em mistério contribuiu para as especulações sobre seu envolvimento com atividades clandestinas.

  • Casamentos com pessoas influentes em países diversos

Ao longo de sua vida, Dana foi casada com o militar e político fascista, Ettore Muti, na Itália; Alberto Díaz, dentista renomado na Espanha; Carlos Denegri, jornalista no México; e Manuel de Teffé, diplomata brasileiro.

A milionária tinha dois passaportes, um mexicano, outro espanhol. Todos com carimbos de vários países: Itália, Espanha, México, Brasil e outros.

A tcheca dominava seis idiomas — inglês, espanhol, italiano, tcheco, português e alemão — e tinha conhecimentos de russo. Além disso, era bailarina clássica, concertista e produtora cultural, daí, seu vasto conhecimento. Na Itália, trabalhou num teatro. Essas habilidades são frequentemente associadas a perfis de espiões, capazes de se infiltrar em diferentes ambientes sociais.

  • Divulgação de supostas fake news

A imprensa popular da época explorou o sumiço de Dana, publicando matérias que sugeriam ligações dela com espionagem internacional. Em algumas publicações, chegaram a atribuir o título de “espiã secreta russa”, influenciando a opinião pública e perpetuando o mistério em torno de sua figura.



Source link

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Últimas

Irã x Israel: conflito entra no 5º dia com mais de 240 mortes e reunião de Trump no radar | Mundo

Fontes do governo iraniano disseram à Reuters que Teerã estaria disposto a...

Últimas

Thunder supera os Pacers no jogo 5 e fica a uma vitória do título da NBA | nba

O Oklahoma City Thunder não deu chances ao Indiana Pacers no jogo...

Últimas

Fluminense contratou Soteldo lesionado? Veja o que diz Mário Bittencourt | fluminense

– A lesão aconteceu depois da gente contratar ele. Essas contratações de...

Últimas

Advogado de réu da trama golpista revela a Moraes que conversou com Cid pelo Instagram

O advogado Eduardo Kuntz, responsável pela defesa de um dos réus da...