O primeiro-ministro da França, François Bayrou, indicado para o cargo pelo presidente Emmanuel Macron há apenas dois meses, “sobreviveu” a duas votações para sua destituição na Assembleia Nacional francesa nesta quarta-feira (5).
Segundo informações do jornal Le Monde, a primeira moção de desconfiança teve apenas 128 votos favoráveis, bem aquém dos 289 necessários para destituir Bayrou. Na segunda votação, foram apenas 122 votos pela sua remoção.
Os pedidos de destituição de Bayrou foram apresentados porque ele utilizou um mecanismo da Constituição da França para aprovar o orçamento (com cortes de despesas e aumento de impostos) sem votação na Assembleia Nacional. Porém, tais medidas ainda precisam ser aprovadas pelo Senado.
Os dois pedidos de destituição foram apresentados pelo partido de esquerda França Insubmissa (LFI, na sigla em francês), que, após Bayrou utilizar novamente o mecanismo constitucional para passar outro item do pacote orçamentário (sobre a arrecadação da previdência social), afirmou que apresentará mais uma moção de desconfiança.
Bayrou foi indicado por Macron em dezembro para substituir Michel Barnier, que estava no cargo de premiê há apenas três meses e foi derrubado por um voto de desconfiança na Assembleia Nacional da França justamente porque recorreu a um artigo da Constituição francesa para aprovar uma lei com seu plano de financiamento da previdência social em 2025 sem votação no Parlamento.
O premiê recorreu à medida porque, assim como Bayrou agora, a proposta não tinha votos para passar na Assembleia Nacional.
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