Em 2025, o Brasil volta a ter com o paulista Gabriel Bortoleto um piloto titular no grid da F1. O último representante do país havia sido Felipe Massa, há oito anos, pela Williams.
A primeira corrida da temporada acontece na Austrália, na madrugada de sábado (15) para domingo (16), a 1h (horário de Brasília), no autódromo de Albert Park, em Melbourne. Band e BandSports transmitem a corrida.
O jovem de 20 anos fará sua estreia na principal categoria do automobilismo mundial pela Sauber.
Bortoleto começou a correr de kart aos 6 anos, nos kartódromos de Interlagos, Granja Viana e Aldeia da Serra. Venceu competições no Brasil e se mudou em 2017 para a Europa em busca de experiência.
Natural de Osasco, o piloto teve o início de carreira patrocinada pelo pai, Lincoln Oliveira, empresário do setor de telecomunicações e CEO da empresa que organiza a Stock Car. O irmão mais velho, Enzo, chegou a correr na F3 britânica e na Porsche Cup.
Após alguns pódios em campeonatos europeus e mundiais de kart, Bortoleto estreou em carros de fórmula em 2020, na F4 italiana, terminando em quinto na classificação geral pela escuderia Prema.
No ano seguinte, passou a competir na Freca (Fórmula Regional Europeia), na qual correu pela FA Racing, do bicampeão mundial Fernando Alonso.
No fim de 2022, a empresa de agenciamento do espanhol —que corre na temporada da F1 pela Aston Martin— assumiu o direcionamento da carreira do brasileiro na Europa.
Nesse período, Bortoleto também chegou a participar de quatro corridas na Stock Light (categoria de acesso à Stock Car), com uma vitória, e da Corrida de Duplas da Stock Car –terminou em décimo, ao lado de Gaetano di Mauro.
Em 2023, veio a estreia do piloto na Fórmula 3, pela Trident. Com duas vitórias em suas primeiras corridas na categoria, o piloto logo conseguiu abrir boa vantagem frente aos adversários. Na última corrida da temporada, em Abu Dhabi, terminou em segundo pela quarta vez e garantiu o título no ano de estreia na categoria, aos 18 anos.
No ano passado, disputou a Fórmula 2 —o último degrau antes da F1— pela Invicta Racing, que havia ficado com o vice na temporada anterior. Novamente com duas vitórias no ano, confirmou o título no GP de Monza, na Itália, em setembro.
Ele se juntou a Oscar Piastri (McLaren), George Russell (Mercedes) e Charles Leclerc (Ferrari) no seleto grupo de pilotos que venceram a F3 e a F2 em seus anos de estreia.
Em novembro, foi confirmado no posto de titular pela Sauber na F1, ao lado do veterano alemão Nico Hülkenberg, de 37 anos.
O último brasileiro a competir na categoria havia sido Pietro Fittipaldi, substituindo Romain Grosjean, pela Haas, nas duas últimas etapas de 2020.
Nos primeiros treinos livres na Austrália, Bortoleto terminou em 15º, à frente do companheiro de equipe, que ficou em 18º. A liderança foi do inglês Lando Norris, da McLaren.
Verde e amarelo, o capacete escolhido para a estreia na categoria faz uma homenagem ao tricampeão e ídolo Ayrton Senna.
“Você mostra o seu valor ao fazer uma ultrapassagem bonita, um treino legal, faz coisas interessantes na chuva, mostra realmente que é uma pessoa diferenciada. Acho que é isso que define o brasileiro e é assim que eu me defino. Sou uma pessoa que tento me inspirar no Ayrton Senna e é algo que eu tenho muita vontade de me tornar cada vez mais”, declarou Bortoleto em entrevista a jornalistas após ser confirmado na Sauber no fim do ano passado.
Deixe um comentário