terça-feira , 18 março 2025
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regime chavista financiou morte de militar opositor refugiado



Uma testemunha acusou o ministro do Interior, Justiça e paz do regime de Nicolás Maduro na Venezuela, Diosdado Cabello, – também conhecido como número 2 do chavismo – de ser o mandante do assassinato do militar venezuelano refugiado, Ronald Ojeda Moreno, ocorrido no ano passado em território chileno. A revelação foi confirmada pelo procurador-geral do Chile, Ángel Valencia Vásquez, que afirmou que “a investigação segue em curso” e que detalhes importantes ainda estão sob sigilo.

Em entrevista à imprensa, Valencia revelou que uma testemunha do caso, que foi ouvida pelas autoridades, atribuiu a Cabello a responsabilidade pelo pagamento aos perpetradores do assassinato de Ojeda. Ainda segundo Valencia, outras três pessoas já forneceram informações ligando o regime venezuelano ao crime. Entre elas, uma outra testemunha também detalhou que Cabello teria ordenado e financiado o assassinato, que envolveu a atuação de membros da facção criminosa Tren de Aragua, que organizações afirmam ter relações com o regime de Maduro, acusado pelos EUA de viabilizar o tráfico internacional de drogas.

De acordo com a mídia local, Cabello teria utilizado intermediários para executar o plano de assassinato do militar venezuelano. A ministra do Interior do Chile, Carolina Tohá, reforçou a gravidade das acusações e afirmou que, caso a conexão entre o regime venezuelano e o crime seja comprovada, o Chile poderá levar o caso ao Tribunal Penal Internacional (TPI).

“Se a investigação os confirma, o Estado do Chile não o deixará passar”, disse Tohá.

Ronald Ojeda, um opositor declarado do regime de Maduro, recebeu asilo político no Chile em 2023 após fugir de perseguições e torturas em seu país natal. Ele havia escapado da prisão militar de Ramo Verde em 2017 e, desde então, tornou-se uma voz ativa contra o chavismo.

Pouco antes de ser assassinado, Ojeda foi incluído em uma lista de “traidores da pátria” divulgada pela ditadura de Maduro, em meio a acusações de que estaria envolvido em um suposto plano de desestabilização chamado “Brazalete Branco”. O militar foi executado em 2024 e seu corpo foi encontrado em uma vala sob concreto na capital do Chile, Santiago.

Em meio às investigações sobre a morte do militar, as autoridades chilenas realizaram uma grande operação policial contra o Tren de Aragua. Duas pessoas ligadas diretamente ao crime foram presas.



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