A geração do médico Alexandre Kalache, 79, redefiniu a ideia de juventude meio século atrás ao fazer da rebeldia e do ativismo suas principais marcas. Agora, está dando novo significado ao processo de envelhecimento.
“Como vou envelhecer da mesma forma que os meus avós? Ou mesmo que meus pais?”, pergunta o gerontólogo na CasaFolha, a plataforma de cursos online lançada pela Folha.
“Se eu estava participando do movimento universitário de 1968, lutando contra a ditadura, se eu estava indignado, como é que eu vou agora envelhecer caladinho, bonitinho, porque a sociedade me quer no cantinho?”, questiona em uma de suas aulas exclusivas no site casafolhasp.com.br.
Ex-diretor da OMS (Organização Mundial da Saúde) e um dos maiores especialistas em envelhecimento no mundo, Kalache recusa esse destino. “Não vou envelhecer lá no aposento. Eu vou envelhecer na sala na frente, ciente dos meus direitos, fazendo barulho, virando a mesa”, diz na CasaFolha.
“Eu vou ser um ‘gerontolescente’“, completa. O neologismo junta as palavras “gerontologia” (área que estuda o envelhecimento) e “adolescente” para indicar não mais a transição da infância para a fase adulta, e sim “a transição da idade adulta para a tal da velhice”.
De acordo com Kalache, a ‘gerontolescência’ começa lá pelos 55 anos, uma fase em que as pessoas costumam já estar liberadas dos filhos, por exemplo, e em que já não se sentem “obrigadas” a dar certo na vida.
“Aos 55, 60 anos, ou você já deu certo ou não deu. Você quer aproveitar a vida, você quer fazer essa transição. A diferença é que adolescência dura cinco, seis anos. Ou deveria, né? (…) A ‘gerontolescência’ vai durar 30 anos ou mais, dos 55 aos 85, por aí”, diz o especialista em uma de suas aulas na CasaFolha.
A plataforma já conta com 18 cursos de grandes personalidades, como o cineasta José Padilha, que ensina a arte de contar histórias, o ex-ministro Pedro Malan, que explica como analisar a economia, a Monja Coen, que ensina meditação, e o craque Raí, que fala sobre a disciplina e a mentalidade de um atleta de alto nível.
Além disso, novos conteúdos são incorporados todos os meses. No dia 23 deste mês, por exemplo, será lançado um curso de escrita criativa com o escritor Itamar Vieira Junior, autor de “Torto Arado” e “Salvar o Fogo”, livros que somam mais de 1 milhão de cópias vendidas e venceram diversos prêmios literários.
Todas as aulas podem ser acompanhadas por membros da CasaFolha. É possível se vincular à plataforma pelo endereço casafolhasp.com.br/assine. A assinatura, com desconto promocional de 67%, sai por R$ 19,90 por mês no plano anual (R$ 59,90 sem a promoção) e inclui acesso ilimitado a todas as notícias da Folha no site e no aplicativo para celular e tablet.
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Em seu curso, Kalache traça um paralelo entre atos de ousadia praticados por adolescentes e aqueles praticados na ‘gerontolescência’.
“A diferença é que, quando nós éramos jovens e íamos para o quarto com a namorada ou com namorado e trancávamos a porta, os pais não sabiam o que dizer. Agora, a gente vai paquerar, a gente vai viajar, fazer uma porção de coisa que os velhos de antigamente não faziam, e são os netos que não sabem o que dizer.”
Essa nova fase só é possível graças à revolução da longevidade, outro conceito que o especialista ensina na CasaFolha: as pessoas estão vivendo cada vez mais, com implicações nas mais diversas áreas, como previdência social, mercado de trabalho, ambiente. E, claro, saúde.
Kalache diz ser fundamental aprender o autocuidado para fazer ajustes na vida. Aos 75 anos, ninguém consegue fazer as coisas da mesma forma que fazia aos 35. Isso significa calibrar a atividade física (“para ter uma massa muscular que possa te tirar da cama com facilidade”) e adaptar a dieta, por exemplo.
O gerontólogo sugere melhorar a qualidade dos pratos e observar a quantidade. “Se possível, saia da mesa com um pouco de fome. Coma 80% daquilo que você gostaria.”
Em qualquer caso, ele insiste num mantra ao longo de seu curso: “Quanto mais cedo você começar a se preparar para a velhice, melhor — mas nunca é tarde demais”.
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