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Tarifas de Trump sobre aço e alumínio visam atingir a China



No entanto, as novas ações da Casa Branca são vistas principalmente como uma estratégia da nova administração republicana para atingir o mercado da China, uma das maiores concorrentes comerciais do país em vários setores.

Apesar de não estar no topo da lista dos principais exportadores dos metais para os EUA, o regime de Pequim é líder da indústria global de aço e alumínio, possuindo tecnologia de alta qualidade para produzir rapidamente os materiais muito usados na construção civil e na produção de veículos, por exemplo, com um custo muito mais acessível do que outros fornecedores – a China responde por mais da metade da produção mundial de aço.

Essa liderança chinesa surgiu com a implosão do seu mercado imobiliário após anos de um boom na década de 1990, que reduziu a demanda interna, dando origem a um excesso de oferta para o resto do mundo. Essa alta produção tem ajudado o gigante asiático a compensar os problemas imobiliários enfrentados internamente.

Desde então, muitas exportações chinesas de baixo custo foram enviadas para aliados americanos como Canadá e México, que compram de Pequim e vendem parcelas significativas de sua própria produção por um preço mais alto para os EUA, posteriormente. 

A aplicação de tarifas pelos EUA sobre materiais importados, portanto, pode frear as exportações do gigante asiático e contribuir com o enfraquecimento da economia nacional, que já enfrenta uma realidade complicada de baixo crescimento.

Durante o primeiro mandato presidencial (2017-2021), Trump impôs medidas tarifárias semelhantes em protesto ao declínio das cidades siderúrgicas e dos centros de alumínio dos EUA em meio à ascensão da China no mercado industrial global. Naquele período, o presidente aplicou tarifas de 25% sobre importações de aço e 10% sobre importações de alumínio.  

Com um discurso de “América Primeiro” (ou America First, em inglês), Trump tinha a intenção de retomar a produção nacional ao tornar a estrangeira mais custosa para compradores americanos. Atualmente, quase uma década depois, o mercado interno ainda luta para competir com as importações que chegam ao país.

Segundo a Bloomberg, em 2024, a produção da indústria siderúrgica dos EUA foi 1% menor do que em 2017, antes da primeira rodada de tarifas de Trump, e a indústria de alumínio produziu quase 10% menos. O principal fator que contribui com esse declínio é o custo crescente com mão de obra e energia.

Atualmente, Brasil, Canadá e México são os países que mais exportam aço para os EUA e suas vendas combinadas cobrem metade do que o mercado americano importa, enquanto o Canadá é de longe o maior fornecedor de alumínio, fornecendo quase 60% do volume importado.

Dados preliminares da International Trade Administration (ITA), uma agência do governo americano, apontam que os EUA importaram mais de 26 milhões de toneladas de aço em 2024.

Os principais fornecedores naquele ano foram Canadá (5,9 milhões de toneladas), Brasil (4,1 milhões de toneladas), México (3,2 milhões de toneladas), Coreia do Sul (2,5 milhões de toneladas), Vietnã (1,2 milhão de toneladas) e Japão (1,07 milhão de toneladas). O primeiro país da Europa foi a Alemanha, na sétima posição, com 975.900 toneladas.

No caso do alumínio, os EUA importaram 5,4 milhões de toneladas em 2024, de acordo com a ITA. O principal fornecedor de alumínio para o mercado americano foi o Canadá, que vendeu 3,15 milhões de toneladas, 58% de todo o metal importado pelos EUA.



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