O erro de um alto funcionário do governo Trump, que adicionou o editor-chefe da revista The Atlantic, Jeffrey Goldberg, a um grupo no aplicativo Signal, onde autoridades do alto escalão dos EUA discutiam planos militares secretos, tornou-se uma das principais notícias globais do ano.
Segundo dados da empresa de análise de mídia social NewsWhip, a reportagem sobre o caso registrou 473,8 mil interações desde sua publicação nesta segunda-feira (24). Para efeito de comparação, a segunda matéria que mais repercutiu desde 1º de janeiro acumulou 219,9 mil engajamentos nas redes sociais.
De acordo com um porta-voz da The Atlantic, essa foi uma das histórias que mais contribuíram para a geração de assinaturas da revista.
Três das dez matérias mais virais monitoradas pelo NewsWhip neste ano foram publicadas pela revista.
Uma das mais antigas publicações dos EUA, a The Atlantic vinha acumulando prejuízos de milhões de dólares por anos, mas reverteu o cenário e voltou a ter lucros no ano passado. Impulsionada por grandes reportagens e parcerias como a que firmou com a Apple, ultrapassou um milhão de assinantes digitais e impressos em março de 2024.
O episódio desta semana, apelidado de “Signalgate”, que chegou até a ser admitido pela Casa Branca, expôs fragilidades na comunicação interna do governo americano. As mensagens vazadas por Goldberg revelavam detalhes sobre ataques planejados contra os houthis no Iêmen, que acabaram se concretizando.
O grupo no Signal incluía o vice-presidente J.D. Vance e o secretário de Defesa, Pete Hegseth. O texto da The Atlantic narra desde o convite de conexão enviado por Michael Waltz, conselheiro de segurança nacional, até a saída do jornalista Jeffrey Goldberg, que optou por omitir certas informações compartilhadas no grupo, consideradas sensíveis caso lidas por adversários do país.
No texto “O governo Trump me enviou acidentalmente seus planos de guerra“, Goldberg destaca falhas do sistema, como o vazamento de informações e a possível violação da lei federal de registros, já que mensagens que deveriam ser preservadas eram apagadas em até uma semana.
Nesta segunda (24), Trump afirmou não ter conhecimento do caso. “Não sou muito fã da The Atlantic, para mim, é uma revista que está saindo do mercado”, disse. “Ela [a história] não pode ter sido muito efetiva. Porque o ataque [aos houthis] foi muito efetivo, eu posso te dizer isso”, afirmou.
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