Internautas resgataram nas redes um vídeo, publicado originalmente em 2023, em que a deputada federal Silvye Alves (União-GO) faz uma série de acusações contra o seu colega da Câmara Gustavo Gayer (PL-GO).
No vídeo, ela diz que Gayer teria dirigido alcoolizado e causado um acidente que resultou na morte de duas pessoas e deixado uma terceira paralítica. Ele nega. O conteúdo foi recuperado nesta quinta (13) após o deputado realizar comentários de cunho machista contra Gleisi Hoffmann (PT).
Após Lula chamar a ministra da Secretaria das Relações Institucionais de “mulher bonita”, Gayer disse que o presidente estava “oferecendo” Gleisi ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e também ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), “como um cafetão oferece uma GP [garota de programa]”.
Alcolumbre vai entrar com uma representação no Conselho de Ética da Casa e com uma ação judicial contra o deputado bolsonarista por causa do episódio.
Procurada pela coluna, Silvye diz que não quer se pronunciar sobre as falas de Gayer por causa “do inferno que é” mexer no assunto, mas afirma que, apesar de não concordar politicamente com Gleisi, “nenhuma mulher merece passar por isso”.
“Eu quero paz”, afirma ela. “Não queria me envolver nisso. Estou em um momento de tanto trabalho, tanta coisa, e me envolver nessa questão com o Gayer… Você não faz ideia do inferno que é em Goiás por conta disso, sabe?”, segue.
Ela complementa que o comentário de Gayer sobre Gleisi é “pesado demais”. Silvye também criticou a fala de Lula. “A gente [mulheres] sofre muito dentro da Câmara. Parece que você às vezes é escolhida pelo seu jeito de ser, pelo seu corpo. Não pode ser.”
A briga de Silvye com Gayer começou quando ele criticou em um post nas redes sociais os deputados goianos que, assim como ela, votaram a favor da MP dos Ministérios —que reorganizou o governo federal e criou novos ministérios, como o da Cultura e o da Mulher.
Em resposta, Silvye gravou um vídeo com as acusações. “Você é um covarde, um canalha. Você não tem escrúpulos. Você matou duas pessoas bêbado. Deixou uma terceira paralítica e sequer prestou assistência. E cinco meses depois, você invadiu com um carro, bêbado novamente, um ponto de ônibus, que graças a Deus não tinha ninguém”, afirmou a parlamentar.
Em resposta, Gustavo Gayer publicou um vídeo negando as acusações e dando outra versão da história. “Silvinha, você conhece a história. Eu tinha 19 anos, não estava bêbado, estava trabalhando como professor no interior de Goiás, não conhecia a rua, choveu, não vi o bar e um ônibus bateu no meu carro. Perdi meu melhor amigo naquele dia, foi uma das maiores tragédias da minha vida e até hoje tenho que conviver com isso”, disse.
com KARINA MATIAS, LAURA INTRIERI e MANOELLA SMITH
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